segunda-feira, 23 de abril de 2018

Ensino Hibrido e Educação na Cultura Digital



Híbrido vem de cruzamento, combinação, convergência. É uma associação de duas coisas que podem ser diferentes e se complementam.

Em muitas escolas, o ensino híbrido está emergindo como uma inovação sustentada em relação à sala de aula tradicional. Esta forma híbrida é uma tentativa de oferecer “o melhor de dois mundos” — isto é, as vantagens da educação online combinadas com todos os benefícios da sala de aula tradicional. Por outro lado, outros modelos de ensino híbrido parecem ser disruptivos em relação às salas de aula tradicionais. Eles não incluem a sala de aula tradicional em sua forma plena; eles frequentemente têm seu início entre não-consumidores; eles oferecem benefícios de acordo com uma nova definição do que é bom; e eles tendem a ser mais difíceis para adotar e operar.

Alguns exemplos de Ensino Híbrido

Rotação por Estações
Ocorre quando o espaço (sala de aula) é dividido em estações de trabalho com objetivos específicos, sendo uma delas no modelo online e com novas tecnologias na educação. Dentro de cada estação, há tarefas para serem feitas pelos alunos, sendo uma depende da outra e todas se completam. A proposta é que todos alcancem os objetivos propostos pelo educador, independente de tempo e de quantidade de polos.

Rotação Individual
Na rotação individual, por sua vez, os alunos contam com desafios em diversos níveis, personalizados de acordo com uma dificuldade ou necessidade. Ao contrário da rotação por estações, não é obrigatório que o indivíduo passe por todas as opções, mas sim por aquelas que são recomendadas para o seu aprendizado.

Sala de Aula Invertida
Esse ponto se forma a partir de três recomendações básicas. A primeira delas é que os alunos busquem referências e materiais a respeito de determinado tema ou assunto sugerido e gerenciado pelo professor fora da escola. Pode ser em casa e com as pessoas mais próximas. Depois, a partir desses conceitos, eles criam junto ao educador um modelo de aula, baseados na pluralidade de informações e dados que encontraram e compreenderam. Assim, por fim, ocorre um aprofundamento da matéria e do conhecimento. Após a formação de um plano e de uma metodologia específica, os alunos têm autonomia para buscar mais resultados e materiais, usando, sobretudo, os meios interativos e digitais (internet) do meio externo para que, posteriormente, possam fortalecer o debate. A ideia, nesse caso, é que toda a sala participe, independente dos resultados de cada um.

Laboratório Rotacional
Já o laboratório rotacional é um dos modelos mais conhecidos dentro do ensino híbrido que é colocado em prática atualmente em todos os ramos educacionais. Nesse caso, o objetivo é dividir os alunos nos dois espaços de trabalho existentes: o convencional (sala de aula), com seus recursos básicos, e o laboratório tecnológico e online, com todos os aparatos necessários e visando as novas tecnologias na educação. De acordo com o plano de aula, o professor pode estipular um tempo de permanência em um ambiente e abordar a matéria de modos diversificados, com visões de acordo com cada espaço. O ideal é que os alunos alternem entre cada local e que um combine com o outro: se houve a abordagem de uma atividade de matemática na sala, é recomendado usar um programa ou jogo que tenha relação com a mesma, por exemplo.

Modelo Flex
É aquele no qual o ensino online é a espinha dorsal do aprendizado do aluno, mesmo que ele o direcione para atividades offline em alguns momentos. Os estudantes seguem um roteiro fluido e adaptado individualmente nas diferentes modalidades de ensino, e o professor responsável está na mesma localidade.

Modelo A La Carte
É aquele no qual os alunos participam de um ou mais cursos inteiramente online, com um professor responsável online e, ao mesmo tempo, continuam a ter experiências educacionais em escolas tradicionais. Os alunos podem participar dos cursos online tanto nas unidades físicas ou fora delas.

Modelo Virtual Enriquecido
É uma experiência de escola integral na qual, dentro de cada curso (ex: matemática), os alunos dividem seu tempo entre uma unidade escolar física e o aprendizado remoto com acesso a conteúdos e lições online.


Fonte da Imagem: extraída do artigo "Ensino Híbrido: uma Inovação Disruptiva? Uma introdução à teoria dos híbridos". MAIO 2013 por Clayton M. Christensen, Michael B. Horn, e Heather Staker.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Os desafios iniciais na compreensão das Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora


Fonte da Imagem: https://goo.gl/iY7Q8R

A aprendizagem é um processo ativo desde que nascemos, “combinando trilhas flexíveis e semiestruturadas, em todos os campos (pessoal, profissional, social) que ampliam nossa percepção, conhecimento e competências para escolhas mais libertadoras e realizadoras (MORAN, 2016).” E quando chegamos à escola, o professor atua como mediador e orientador destes processos de construção de conhecimentos significativos, principalmente ao instrumentalizar a sua ação a partir de metodologias ativas que concebam a educação como forma de apontar caminhos para a autonomia e para a formação de uma consciência crítica que nos permita buscar ideias e ações que possam transformar a realidade em que vivemos.

O importante é entender que, na metodologia ativa, o aluno é o protagonista e o maior responsável pelo processo de aprendizado, onde o principal objetivo é desenvolver a capacidade de construir, compreender e ampliar conteúdos de maneira autônoma e participativa. Entre as metodologias ativas, destacam-se a pesquisa como princípio metodológico, a metodologia de Aprendizagem Baseada em Problemas ou Projetos, Estudos de Caso, Aprendizagem entre Pares e Times, Sala de Aula Invertida, entre outras.

Mas para que isso aconteça de fato, a escola enquanto espaço de produção do saber, não pode mais se limitar a função de simples reprodutora de conhecimentos externos e conteúdos pré-definidos. É preciso transformar esse conjunto de saberes que compõe a base de conhecimentos sobre a qual trabalham professores e alunos, ou seja, a cultura escolar que permite pensar ou não em propostas pedagógicas significativas a partir de metodologias ativas e inovadoras.

E nesse processo, é preciso ressignificar a avaliação, que possui uma característica particular, pois o professor avalia o grupo, cada aluno e também o seu próprio trabalho. Da mesma forma, os alunos se autoavaliam, avaliam seus pares e o professor. É um momento precioso de conhecimento sobre si e sobre o outro e que exige uma mudança de postura, uma vez que os alunos, culturalmente, estão acostumados com avaliações estruturadas e objetivas, assim como alguns professores que não saem da zona de conforto ao avaliar.

Essa mudança de paradigma na forma de ensinar e de aprender necessita de uma coerência entre os pressupostos epistemológicos que norteiam a proposta pedagógica e o processo avaliativo. 

E acredito que este será o meu maior desafio como profissional da educação e como aluna do curso: estabelecer coerência entre três aspectos (1) a cultura escolar que estou inserida, (2) minha prática educacional e os (3) processos de avaliação, pois ainda são muitas as fragilidades e as inseguranças, mas todas parecem apontar para a mesma direção: investir na formação docente para inovar de fato as práticas educacionais.

Referência Bibliográfica

BACICH, L.; MORAN. J. (Org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem téorico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Sobre Avaliação Formativa...



Fonte da imagem: https://pixabay.com/pt

Infelizmente, perdi a aula do dia 02 de abril e precisei realizar algumas leituras (referências abaixo), bem como o material elaborados pelos grupos em aula, que também foram de extrema ajuda! 

Para o e-Portfólido escolho um breve estudo sobre as Rubricas na Aprendizagem.

Sobre Rubricas...

Podemos definir rubricas, na educação, como esquemas explícitos para classificar produtos ou comportamentos, em categorias que variam ao longo de um processo, tais como redações, ensaios, trabalhos de pesquisa, apresentações orais e atividades.

A avaliação pode ser feita pelos próprios alunos, professores, supervisores de trabalho ou revisores externos. E as rubricas podem ser usadas para promover feedback formativo, atribuir notas ou avaliar programas.

Para Ludke (2003), “as rubricas partem de critérios estabelecidos especificamente para cada curso, programa ou tarefa a ser executada pelos alunos e estes eram avaliados em relação a esses critérios”. (p.74).

Segundo Porto (2005), os pontos mais importantes, a partir das definições de rubricas, são:
 - Rubricas necessitam ser feita sob medida para as tarefas ou produtos que se pretende avaliar;
- Rubricas precisam descrever níveis de desempenho, de competências, na realização de tarefas específicas, ou de um produto específico e esses níveis devem ser descritos em detalhe e serem associados a uma escala de valores;
- No seu conjunto, esses níveis de competência, descrevem qualquer resultado possível sobre o desempenho de um aluno; e
- Rubricas determinam expectativas de desempenho.

Elas permitem avaliar os objetivos do projeto, da pesquisa, da atividade proposta, atribuindo notas de forma clara, honesta e rica em informação para o aluno, porém, ao utilizá-las devemos ter sempre em mente o sentido da avaliação que desejamos.
O sentido da avaliação é compreender o que se passa na interação entre o ensino e a aprendizagem para uma intervenção consciente e melhorada do professor, refazendo o seu planejamento e o seu ensino e para que o aprendente tome consciência também de sua trajetória de aprendizagem e possa criar suas próprias estratégias de aprendizagem. Nesse ponto de vista, a produção do aluno, inclusive o erro, é compreendida como uma fonte riquíssima de conhecimento da dinâmica da qualidade e do trabalho pedagógico e do caminho de aprendizagem discente. Mapear a reação do aprendente à intervenção docente é a razão de ser do processo avaliativo em sala de aula. Esse mapeamento tem como fim possibilitar uma diversificação didática sintonizada e proximal das necessidades do educando”. ( Silva, 2004, p.60).

E neste contexto, a auto-avaliação se torna uma etapa importante do processo, mas os alunos, de um modo geral, não estão acostumados à auto-avaliação e para começar a adotar essa prática, as rubricas funcionam como um eficiente guia, pois com elas os alunos tornam-se capazes de avaliar seus trabalhos antes da entrega ao professor. Se as rubricas forem bem feitas e detalhadas, os alunos sentem facilidade para verificar se os requisitos e as expectativas dos professores fora alcançadas. Quanto mais detalhadas forem as rubricas, menos espaço para a subjetividade existirá nesse processo. Dispondo de uma avaliação prévia feita pelo próprio aluno, o professor tem condições de se concentrar na complementação desta auto-avaliação e proporcionar um feedback, apontando os pontos a melhorar em seu trabalho.

É importante lembrarmos que não existe uma receita ou um modelo a ser seguido, pois cada rubrica deve ser desenhada para o quadro que se espera, mas é necessário que os professores definam os resultados da aprendizagem ou os objetivos que esperam alcançar com os alunos. A partir daí, definir os níveis de critérios, variando-os da mais elevada performance até a mais baixa que possa ser esperada para a tarefa em questão. Feito isso, deve descrever cada nível, e se certificar de que ele vai ser entendido claramente pelos alunos.

Não devemos colocar mais do que seis níveis na descrição das rubricas, pois sempre existem os níveis intermediários que poderão ser observados.

Após a definição da escala de valores, se assegure de que essa escala está oferecendo a distinção desejada entre os níveis de desempenho e a pontuação final do trabalho esperado. Apresente as rubricas sob a forma de uma lista ou de uma matriz, de modo a não deixar dúvidas de apresentação, e sempre que aparecer um problema seja com as palavras utilizadas na descrição dos níveis, ou de inconsistência na pontuação, faça a mudança que for necessária. Lembre-se que ao reutilizar rubricas, é desejável fazer uma revisão antes da sua aplicação, e alguns ajustes se necessário.

Concluindo, a construção de uma rubrica de avaliação demanda tempo e esforço para sistematizar critérios e explicitar comportamentos possíveis em todos os níveis de desempenho. Esses ônus são compensados por muitas vantagens observadas na utilização de rubricas. A primeira, que constitui o argumento central deste texto, é que elas permitem a avaliação de habilidades complexas, contribuindo, portanto, para seu desenvolvimento entre os alunos. Mas há outras vantagens:

 - Embora seja gasto um tempo significativo em sua construção, uma rubrica representa ganho de tempo no momento da atribuição de notas, uma vez que a cada dimensão e nível de desempenho podem ser previamente associados pontuações e pesos.

 - A utilização de rubricas tende a melhorar o desempenho dos alunos, uma vez que permite que o professor possa explicitar de modo claro e oportuno aos alunos o que se espera deles. Com isso, os alunos podem direcionar seus esforços de modo muito mais eficaz.

- A rubrica prepara o caminho para um feedback ágil e de fácil compreensão, especialmente se foi discutida com os alunos antes da realização da tarefa. A agilidade e a clareza do feedback é comprovadamente um dos fatores que permite aos alunos a superação de suas dificuldades.

- A construção de rubricas desenvolve diversas habilidades por parte dos professores. Estimula a reflexão a respeito da relação entre os objetivos pedagógicos e as tarefas propostas; torna o trabalho de avaliar mais objetivo; estimula a comunicação dos critérios e o feedback aos alunos, fazendo crescer a consciência de sua importância; gera maior clareza a respeito das dificuldades e do potencial de cada aluno.

Se queremos atingir objetivos diferentes, é preciso investir tempo e energia para atuar de forma diferente. Esse caminho fica facilitado pelo uso de ferramentas já desenvolvidas por outros professores, como as rubricas.

DESAFIO: Construir uma rubrica para a competência 7 (bit.ly/basedoc1) e que esteja relacionada a uma atividade sugerida por algum grupo participante.

Dicas para construir uma tabela de rubricas:
- Tema e escolha do tipo de atividade
- Objetivo da atividade (o que quero que o aluno desenvolva)
- gradação clara (determinar o máximo e o mínimo para então trabalhar o intermediário)



Imagem utilizada pelo Grupo Amarelo


BIBLIOGRAFIA

BIAGIOTTI, L.C.M. Avaliação em EAD: procedimentos de avaliação educacional em cursos de longa distância da Marinha do Brasil. 2004. Dissertação (Mestrado em Ciências Pedagógicas) – Instituto Superior de Estudos Pedagógicos, Rio de Janeiro.

LUDKE, M. O Trabalho com Projetos e a Avaliação na Educação Básica. In: ESTEBAN, M.T.; HOFFMANN, J.; SILVA, J.F. (orgs) Práticas Avaliativas e Aprendizagens Significativas. Porto Alegre: Mediação, 2003, p.67-80.

PORTO, S. Rubricas: otimizando a avaliação em educação online. Disponível em http://www.aquifolium.com/rubricas.html. Acesso em: 24 fev. 2005. SILVA, J.F. Avaliação na Perspectiva Formativa-Reguladora: pressupostos teóricos e práticos. Porto Alegre: Mediação, 2004.



segunda-feira, 2 de abril de 2018

Sobre Cultura Escolar...





Fonte da imagem: https://pixabay.com/pt
Em todas as escolas, todo o final de ano, acontece o mesmo ritual: Conselho de Classe e lá encontramos os professores munidos de diários de classe, provas finais, anotações e um último suspiro pedagógico antes das tão desejadas férias. 
Neste precioso momento escolar, encontramos algumas figuras clássicas: a professora que chora pela aprovação de todos, o terrível professor de química que teria reprovado metade da classe se pudesse, o professor apaziguador a nos lembrar que um aluno já é quase um jogador de futebol profissional e faz pouco sentido reprová-lo pelas suas dificuldades em trigonometria, a professora que sabia quantos exercícios este aluno deixara de fazer ao longo do ano, o percentual de suas presenças nas últimas aulas de sexta-feira, suas médias, desvio-padrão, mas não lembrava exatamente quem era esse tal aluno!
É justamente nos conselhos de classe que a diversidade de visões sobre o sentido da experiência escolar fica claro. É nos Conselhos de Classe que traçamos as linhas que nos unem em torno a um projeto comum. Nessas ocasiões, fica evidenciado que uma boa escola é muito mais do que uma mera reunião de professores supostamente competentes no ensino de cada uma de suas disciplinas. 


Instituições sociais, como a escola, têm atributos que derivam de sua história, têm virtudes e defeitos que se alimentam do tipo de relações sociais que nela se travam e essas marcas institucionais forjam uma cultura e um modo de funcionamento cuja força e permanência ultrapassam os indivíduos que a constituem. Por isso uma escola pode manter sua excelência apesar do fluxo incessante de novos profissionais, ou decair a despeito de sua permanência.

Tudo isso parece soar bastante trivial, mas tende a ser esquecido em quase todas as formulações de políticas públicas de formação de professores e melhoria da qualidade da educação. Concebe-se a formação de um professor como decorrente da posse de certas ‘competências’, técnicas e informações. Tudo se passa como se a relação entre professor e aluno não fosse mediada por uma instituição com histórias, valores, princípios e práticas. Como se não fosse produto de uma cultura que carece ser estudada e reconhecida. Não para ‘técnicas’ infalíveis, mas porque a partir da compreensão de sua cultura institucional podemos nela agir, renovando as práticas em diálogo com o legado do qual somos herdeiros.

Texto referências: Cultura Escolar: quadro conceitual e possibilidades de pesquisa. Fabiany de Cássia Tavares Silva


Mentimeter

Disponível em inglês, a ferramenta ajuda a criar interações, como enquetes e votações, em tempo real, e podem servir como atrativo adic...