domingo, 2 de dezembro de 2018

Aprendizagem Visível e Rotinas de Pensamento


No dia 10 de novembro, com Julia Andrade, conversamos sobre “Rotinas de Pensamento” através de uma vivência teórico-prática da "Abordagem da Aprendizagem Visível".

Em seu vídeo da Galeria de Pensadores (vídeo disponível abaixo), Cesar Nunes, doutor em Física e especialista em Ensino para a Compreensão e Avaliação Educacional, explica a importância de estimular a curiosidade dos alunos sobre o mundo. Para isso, ele menciona uma estratégia criada na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos: as rotinas de pensamento. 

Tudo começou com um grupo de pesquisa da Faculdade de Educação de Harvard chamado Project Zero. Os participantes do Project Zero estudam como é o aprendizado de crianças e adultos em diferentes aspectos e como isso pode ser melhorado. Dentre seus vários projetos está o Pensamento Visível, que tem o objetivo de fazer com que os alunos mantenham o hábito de questionar, debater e refletir. Assim, eles expõem seus pensamentos e fazem mais conexões entre as matérias da escola e o que vivem no dia a dia.

A ideia das rotinas de pensamento também é incentivar essa reflexão dentro e fora da sala de aula. As rotinas são sequências simples e curtas de perguntas, que podem ser encaixadas em qualquer matéria. Cada uma tem um propósito diferente, como analisar situações, explicar ideias e explorar diferentes pontos de vista. E quanto mais são feitas, mais os estudantes se acostumam a ter consciência sobre o pensamento. Cesar já aplicou essa estratégia em escolas do Brasil, e disse que teve um impacto muito rápido entre os alunos. “No começo eles não querem falar, mas quando alguns começam, todos acabam se envolvendo e exercitam a curiosidade juntos. Isso muda o olhar deles para o mundo”, conta o físico.

Para que as rotinas fiquem ainda mais interativas, elas também podem ser feitas com a ajuda de ferramentas digitais, como o Facebook, o Edmodo (uma rede social voltada para a educação) e o Padlet (que é como um mural de recados online). Com essas ferramentas, todos conseguem postar suas ideias ao mesmo tempo e de forma organizada. Cesar ainda comenta que dá para usar as rotinas durante as atividades de TIM Faz Ciência. “O contrário também é possível. Podemos pensar em quais operações estamos usando para fazer as rotinas”, diz.

No site do projeto Pensamento Visível há exemplos de rotinas, mas estão em inglês. Por isso, separei três para começarmos a praticar!

Rotina do Deslumbramento

Para estimular a curiosidade. Apresente um objeto, um vídeo, uma experiência, uma obra de arte ou outras coisas interessantes e faça as seguintes perguntas:

• O que você está vendo?
• O que você pensa sobre isso?
• O que te impressiona nisso?

Rotina da Bússola

As perguntas usam como base os pontos cardeais para avaliar propostas e situações.

• O: O que tem de otimista (positivo) na proposta ou situação?
• N: O que tem de negativo?
• L: O que mais podemos descobrir para avaliá-la melhor (expandir o conhecimento lateralmente)?
• S: Quais suas opiniões e sugestões para melhorá-la?

Rotina do Cabo de Guerra

A brincadeira de cabo de guerra é transformada em um debate para que as crianças entendam a complexidade de um dilema. Escolha uma questão com dois lados: positivo e negativo, contra e a favor. Estes são os lados do cabo de guerra, e as crianças vão defender cada posição. Você pode até desenhar uma corda na lousa e colocar post-its para os diferentes argumentos, representando a força de cada um dos lados da corda. No final, os alunos escolhem quais foram os melhores argumentos e apresentam as novas reflexões que tiveram sobre o assunto depois da atividade.

Assista o vídeo: 

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