O módulo “Investigação: prática dialética entre ensino e aprendizagem” teve como objetivo promover a discussão e a vivência de processos investigativos como ferramentas de ensino-aprendizagem, abordando possibilidades relativas ao desenvolvimento de capacidades cognitivas, principalmente as reflexivas, argumentativas, críticas e criativas. E começamos esse estudo, analisando a Taxonomia Revisada de Bloom.
Benjamin Bloom, um psicólogo americano especializado em pedagogia, propôs em 1956, com um coletivo de acadêmicos, um repositório para classificar os objetivos de aprendizagem da área cognitiva em seis níveis, dos mais simples aos mais complexos, a taxonomia de Bloom.
Taxonomia de Bloom – 1956
No ano de 1999, o Dr. Lorin Anderson, um antigo estudante de Bloom, e seus colegas publicaram uma versão atualizada da Taxonomia de Bloom que considera uma gama maior de fatores que afetam o ensino e a aprendizagem.
Segundo os autores, a taxonomia revisada procura corrigir alguns problemas da original, pois diferencia “saber o quê” (o conteúdo do raciocínio) de “saber como” (os procedimentos para resolver problemas). Em sua nova proposição, a taxionomia de Bloom revisada considera duas dimensões: conhecimento e processos cognitivos. Cada dimensão também é subdividida em categorias, as quais perpassam as diferentes dimensões do conhecimento (factual, conceitual, procedimental e metacognitiva), conforme pode ser observado a seguir.
Os estudos sobre a Taxionomia não pararam por aí. Mesmo a taxionomia revisada por Anderson passou a carecer de atenção aos novos comportamentos, ações e oportunidades de aprendizagem que surgem à medida que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) avançam e se apresentam de maneira quase onipresente. Os verbos presentes na taxionomia revisada descrevem muitas atividades que são praticadas na sala de aula, mas não contemplavam aos novos objetivos que as TIC trouxeram para a vida de professores e estudantes. Para sanar essa lacuna, há proposições no sentido de “digitalizar” a taxionomia, uma taxionomia, portanto para a era digital. O foco da Taxionomia Digital não é as ferramentas digitais, estas são apenas meios para lembrar/recordar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar.
Nosso percurso durante o módulo:
1) Taxonomia de Bloom – colocar foco no desenvolvimento de capacidades cognitivas de alta ordem.
2) Investigação – envolve uma situação desconhecida; exige finalização; envolve formas de ação: reunir dados e fatos + buscar novas informações + correlacionar informações (busca de evidências: elementos articulados e com menos chances de acaso, de interpretações dúbias) + construir argumentos + oferecer uma conclusão
3) Problema – situação que exige uma resposta. Se for aberto, desencadeia possibilidades múltiplas de respostas e de caminhos de solução, permite articulação de elementos conhecidos (conceitual, procedimental ou atitudinal) no caminho de compreensão do problema e de sua solução, está contido na investigação.
Sobre APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS
- Os problemas são elaborados pelo professor, preferencialmente sobre a realidade concreta ou elementos conhecidos;
- Os objetivos cognitivos são todos previamente estabelecidos;
- As hipóteses são elaboradas pelos alunos sobre as possíveis explicações do problema;
- Opera sobre o conhecimento já elaborado para aprender a pensar e raciocinar sobre ele e com ele formular soluções para os problemas de estudo;
- Tem como princípio levar o estudante a aprender a aprender, a se preparar para resolver problemas (relativos à sua futura profissão), ampliar habilidades, desenvolver competências;
Etapas da Aprendizagem Baseada em Problemas:
- A elaboração do cenário ou contexto problemático;
- A questão-problema – elaboração ou compreensão;
- A resolução do problema;
- A apresentação do resultado;
- A auto avaliação.
As vantagens da Aprendizagem Baseada em Problemas:
- motivação;
- integração do conhecimento;
- desenvolvimento da habilidade de pensamento crítico;
- interação e as habilidades interpessoais.
Possíveis dificuldades da Aprendizagem Baseada em Problemas:
- insegurança inicial diante da mudança de método de ensino;
- inadequação do currículo - alguns professores trabalharão com a ABP e outros não;
- tempo: não é possível realizar a construção do conhecimento de forma rápida como se faz nos métodos tradicionais;
- recursos: referenciais bibliográficos atualizados, salas amplas e internet;
- avaliação: falta de hábito – auto avaliação e avaliação dos membros do grupo;
- falta de habilidades do professor tutor.
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