Disponível em inglês, a ferramenta ajuda a criar interações, como enquetes e votações, em tempo real, e podem servir como atrativo adicional em sala de aula. A plataforma de pesquisa interage com celulares, o que permite, por exemplo, que professores criem o questionário na hora, em plena aula, os alunos escolham a resposta utilizando um smartphone ou tablet e imediatamente a plataforma devolve os resultados, que podem ser apresentados aos alunos. Há três versões dessa ferramenta disponíveis, sendo gratuita a primeira versão, que possui limitação no número de questões. Mesmo essa, mais simples, tem potencial de engajar os alunos por mei ode atividades e trazer à rotina da aula uma dinâmica nunca vista!
Sala de Aula Inovadora
Este é um espaço de interação, compartilhamento e discussão sobre Metodologias Ativas que facilitam o processo de aprendizagem e valorizam o aluno como sujeito e protagonista do seu aprendizado, tornando a sala de aula cada vez mais inovadora, levando a aprendizagem para além dos muros da escola e trazendo o mundo para dentro dela! As reflexões aqui apresentadas constituem o meu e-Portfólio para o curso "Metodologias ativas para uma educação inovadora" do Instituto Singularidades
quarta-feira, 4 de dezembro de 2019
segunda-feira, 7 de outubro de 2019
Currículos e Projetos
O último módulo do Curso de Pós Graduação em Metodologias Ativas começou com com Letícia Lyle, pedagoga, mestra em Desenvolvimento de Currículo e Educação Inclusiva com especialidade em Competências Socioemocionais pelo Teachers College da Columbia University. Com formação em Administração, Comunicação e Pedagogia, é fundadora de iniciativas de trabalho com competências socioemocionais e formação de professores, como a AfterSchool Educação, e a adaptação do Programa Compasso Socioemocional.
Nesse encontro, ela nos apresentou algumas reflexões fundamentais sobre as Competências Socioemocionais e como elas se contextualizam com a educação nos dias de hoje.
As Competências Socioemocionais são capacidades de mobilização de estruturas básicas para viver, se relacionar, aprender e conviver em todos os ambientes, inclusive com nós mesmos. São valores e formas de lidarmos com a vida, valores essenciais para vivermos em sociedade.
E Quais são elas? Entra aí o conceito dos Big Five:
Nas aulas seguintes, com a orientação da nossa Coordenadora Lilian Bacich, seguimos analisando a BNCC e sua implantação.
- Em 2012 o MEC lança as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) – novo marco para o desenvolvimento curricular, que contém critérios para serem seguidos na elaboração do currículo, com objetivos gerais e específicos, conteúdos previstos a serem desenvolvidos nas escolas.
- A BNCC vem para dar o norte de como colocar em prática essa proposta + os objetivos contidos no documento Direitos de Aprendizagem (MEC em 2012).
- Surge a 1ª, versão da BNCC, disponibilizada para consulta pública e de especialistas (2015). A seguir a 2ª. versão (2016) com o mesmo objetivo, e a 3ª. versão encaminhada para o MEC (2017). A partir das audiências públicas inicia-se o processo de implementação e a construção dos currículos estaduais e municipais.
- A ideia de diminuir as desigualdades educacionais e proporcionar uma elevação na qualidade do ensino no Brasil é o foco da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que se concretiza com a obrigatoriedade do que se deve ensinar nas escolas brasileiras, com a oportunidade de se respeitar a diversidade das regiões do país e formar o educando para as necessidades do século XXI.
A discussão sobre currículo:
Analisamos, de forma crítica, alguns currículos estaduais e compartilhamos com os grupos. Analisamos os verbos e discutimos se eram verbos mensuráveis e ainda discutimos pontos importantes, tais como:
- O currículo é o caminho para garantir o que está escrito na BNCC.
- O currículo não se limita apenas ao que será ensinado a cada ano, mas deve apresentar os princípios da escola, as estratégias metodológicas e o “como ensinar”.
- O currículo deve ser algo vivo, pulsante, representando todos âmbitos e atores envolvidos no processo. Precisa então ficar claro que a BNCC não é currículo.
- Mais do que o conceito de “conhecimento” da sua forma mais simplista, o currículo deve desenvolver “habilidades” e “competências” para utilizá-lo de maneira efetiva.
- O Currículo também deve orientar o desenvolvimento de habilidades e a formação de determinados valores que são importantes para nossas sociedades.
A coerência da vida escolar, explicitada no PPP (Projeto Político Pedagógico) deve ser vivenciado no dia a dia de forma real, para ter significado efetivo e uma aprendizagem real por parte dos alunos. Para isso, a equipe de direção e gestão são as primeiras que devem compreender a sua responsabilidade crucial na construção de condições para que que ele seja real.
Aprendizagem Baseada em Projetos (Project-Based Learning – PBL)
A Aprendizagem Baseada em Projetos é um método de ensino pelo qual os
alunos adquirem conhecimentos e habilidades trabalhando por um longo
período para investigar e responder a uma questão, um problema ou um
desafio autênticos, envolventes e complexos. Elementos essenciais de design
de projetos incluem:
a) habilidades essenciais de conhecimento, compreensão e sucesso: o
projeto é focado em objetivos de aprendizagem do aluno, incluindo conteúdos
e habilidades padrões, como pensamento crítico, solução de problemas,
colaboração e autogestão;
b) problema ou pergunta desafiadora: o projeto é enquadrado por um
problema significativo a ser resolvido ou uma pergunta a ser respondida, no
nível apropriado de desafio;
c) investigação sustentável: os alunos se envolvem em um processo rigoroso
e longo de fazer perguntas, buscar recursos e aplicar informações;
d) autenticidade: o projeto apresenta contexto, tarefas e ferramentas, padrões
de qualidade ou impacto reais — ou atende às preocupações, aos interesses e
a questões pessoais dos alunos em suas vidas;
e) voz e escolha dos alunos: os alunos tomam algumas decisões sobre os
projetos, incluindo como funcionam e o que eles criam;
f) reflexão: os alunos e os professores refletem sobre a aprendizagem, a
eficácia de suas atividades de investigação e seus projetos, a qualidade do
trabalho dos alunos, obstáculos e como superá-los;
g) crítica e revisão: os alunos dão, recebem e usam feedback para melhorar
seus processos e produtos;
h) produto público: os alunos tornam público os resultados de seus projetos,
explicando, exibindo e/ou apresentando-os a pessoas de fora da sala de aula.
Muitas vezes, os projetos
emergem a partir de um contexto autêntico, abordam questões controversas
ou importantes na comunidade e se desdobram de modos imprevistos. Em
contraste, a metodologia do BIE para Aprendizagem Baseada em Problemas
utiliza o desempenho de papéis e cenários realistas para conduzir os alunos
por um caminho mais minuciosamente planejado rumo a um conjunto
estabelecido de resultados.
A ABP enfatiza as atividades realizadas por meio de projetos, cujo enfoque
é a construção coletiva do conhecimento interdisciplinar na qual os alunos tornam-se
protagonistas, ou seja, aprendem fazendo em cooperação com os colegas. Nesse sentido, os
estudantes precisam planejar cooperativamente as ações de sua equipe à medida que avançam
na solução do problema, desenvolvendo um plano de ação e começando a elaborar descrições
ou diretrizes para o desenvolvimento de seus produtos finais, que são os itens criados ao longo da execução de um projeto
e que representam possíveis soluções, ou aspectos da solução, para o problema e nem todos os projetos resultam em um relato escrito
ou uma apresentação. Podem também abranger vídeos digitais, portfólios, podcasts, músicas,
poemas ou sites que ilustrem o conteúdo, projetos de arte, interpretação de papéis ou peças que
representem soluções de problemas, artigos para o jornal da escola ou para jornais locais,
relatórios apresentados oralmente para vários órgãos governamentais ou para outras
organizações e recomendações ou diretrizes para ações em relação a certas questões. Em
resumo, um artefato pode ser praticamente qualquer coisa de que o projeto necessite, dada a
expectativa de que represente coisas necessárias ou usadas no mundo real.
A aprendizagem baseada em projetos também foi comparada com outras práticas pedagógicas, como aprendizagem experiencial ou colaborativa. Como argumentam Helle, Tynjälä e Olkinuora (2006), o trabalho com projetos é uma forma colaborativa de aprender, pois todos os participantes precisam contribuir para o resultado compartilhado, envolvendo elementos de aprendizagem vivenciada com reflexão ativa e engajamento consciente, em vez de experiências passivas. Assim, dentre as principais características da ABP, estariam projetos focados em problemas e questões autênticos do mundo real, colaborativos (atividades colaborativas deveriam ser privilegiadas), com uma questão orientadora, tarefas desafiadoras e complexas, que envolvam a produção de vários artefatos e com rubricas para avaliação (BENDER, 2014).
Em relação a projetos tradicionalmente propostos como tarefas de casa ou em aula, a ABP diferiria por: [...] formulação de uma questão motriz para o estudo, a voz e a escolha dos alunos inerentes às abordagens da ABP, a natureza cooperativa das tarefas de ABP, prazos maiores, profundidade do conteúdo abordado pelos projetos de ABP versus tarefas tradicionais de projeto e a publicação final dos resultados dos esforços dos alunos (BENDER, 2014, p. 31).
Além disso, suas características essenciais incluiriam: âncora (introdução e informações básicas para preparar o terreno e gerar o interesse dos alunos), investigação e inovação (a partir da questão motriz), trabalho em equipe cooperativo, feedback e revisão (do professor e/ou dos colegas), oportunidades para reflexão e produção de artefatos (BENDER, 2014, p. 32).
A PBL exigiria, por consequência, o desenvolvimento de novas habilidades por parte dos professores e dos alunos, cujos papéis se modificam. Bender (2014), por exemplo, associa a PBL ao uso de tecnologias na educação. Pesquisas mostram que a PBL aumenta a motivação e o interesse dos alunos e, por consequência, seu desempenho e rendimento acadêmico (BENDER, 2014).
Eskrootchi e Oskrochi (2010) realizaram um estudo quase experimental da aplicação da PBL em estudantes divididos em três grupos: o primeiro, um grupo de controle, que teve aulas tradicionais; o segundo, um grupo experimental, que utilizou um modelo de simulação com tecnologia; e o terceiro, um grupo experimental, que aprendeu por meio da PBL e também usou tecnologia. Os alunos foram avaliados tanto em seu conhecimento conceitual quanto em conteúdo. Os alunos do terceiro grupo superaram os outros dois grupos na compreensão do assunto, mas não em conhecimento de conteúdo. Isso demonstra que a implementação de tecnologia com PBL aumenta a compreensão, em comparação com o uso isolado da tecnologia. Os pesquisadores acreditam que isso se deve ao atributo presente nas aulas que utilizam a metodologia.
Eles concluem que “[...] os alunos aprendem melhor construindo ativamente o conhecimento por uma combinação de interpretação de experiência e interações estruturadas com colegas ao usar a simulação em uma configuração PBL” (ESKROOTCHI; OSKROCHI, 2010, p. 243).
Há sem dúvida diversos desafios para a implementação da PBL, dentre os quais a avaliação, que pode envolver a combinação de notas individuais e coletivas, rubricas, avaliação por pares, autoavaliação e portfólios, dentre outros instrumentos e estratégias (BENDER, 2014).
Para saber mais, acesse: https://www.moderna.com.br/educatrix/ed14/educatrix14.html?pag=36
REFERÊNCIAS
BENDER, Willian N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o
século XXI. Trad. Fernando de Siqueira Rodrigues. Porto Alegre: Penso, 2014.
BIE – Buck Institute for Education. Aprendizagem baseada em projetos: guia para
professores de ensino fundamental e médio. Tradução Daniel Bueno. 2. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008.
BIE – Buck Institute for Education. What is Project Based Learning (PBL)? Disponível
em: <https://www.bie.org/about/what_pbl>. Acesso em: 2 abr. 2018.
ESKROOTCHI, Rogheyeh; OSKROCHI, Reza. A study of the efficacy of project-based
learning integrated with computer-based simulation – STELLA. Educational Technology &
Society, v. 13, n. 1, p. 236–245, 2010. Disponível em: <https://www.jets.net/ETS/journals/13_1/22.pdf>. Acesso em: 1 abr. 2018.
HELLE, Laura; TYNJÄLÄ, Päivi; OLKINUORA, Erkki. Project-based learning in postsecondary education-theory, practice and rubber sling shots. Higher Education, v. 51, n. 2, p.
287–314, mar. 2006. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s10734-004-
6386-5>. Acesso em: 1 abr. 2018.
A aprendizagem baseada em projetos também foi comparada com outras práticas pedagógicas, como aprendizagem experiencial ou colaborativa. Como argumentam Helle, Tynjälä e Olkinuora (2006), o trabalho com projetos é uma forma colaborativa de aprender, pois todos os participantes precisam contribuir para o resultado compartilhado, envolvendo elementos de aprendizagem vivenciada com reflexão ativa e engajamento consciente, em vez de experiências passivas. Assim, dentre as principais características da ABP, estariam projetos focados em problemas e questões autênticos do mundo real, colaborativos (atividades colaborativas deveriam ser privilegiadas), com uma questão orientadora, tarefas desafiadoras e complexas, que envolvam a produção de vários artefatos e com rubricas para avaliação (BENDER, 2014).
Em relação a projetos tradicionalmente propostos como tarefas de casa ou em aula, a ABP diferiria por: [...] formulação de uma questão motriz para o estudo, a voz e a escolha dos alunos inerentes às abordagens da ABP, a natureza cooperativa das tarefas de ABP, prazos maiores, profundidade do conteúdo abordado pelos projetos de ABP versus tarefas tradicionais de projeto e a publicação final dos resultados dos esforços dos alunos (BENDER, 2014, p. 31).
Além disso, suas características essenciais incluiriam: âncora (introdução e informações básicas para preparar o terreno e gerar o interesse dos alunos), investigação e inovação (a partir da questão motriz), trabalho em equipe cooperativo, feedback e revisão (do professor e/ou dos colegas), oportunidades para reflexão e produção de artefatos (BENDER, 2014, p. 32).
A PBL exigiria, por consequência, o desenvolvimento de novas habilidades por parte dos professores e dos alunos, cujos papéis se modificam. Bender (2014), por exemplo, associa a PBL ao uso de tecnologias na educação. Pesquisas mostram que a PBL aumenta a motivação e o interesse dos alunos e, por consequência, seu desempenho e rendimento acadêmico (BENDER, 2014).
Eskrootchi e Oskrochi (2010) realizaram um estudo quase experimental da aplicação da PBL em estudantes divididos em três grupos: o primeiro, um grupo de controle, que teve aulas tradicionais; o segundo, um grupo experimental, que utilizou um modelo de simulação com tecnologia; e o terceiro, um grupo experimental, que aprendeu por meio da PBL e também usou tecnologia. Os alunos foram avaliados tanto em seu conhecimento conceitual quanto em conteúdo. Os alunos do terceiro grupo superaram os outros dois grupos na compreensão do assunto, mas não em conhecimento de conteúdo. Isso demonstra que a implementação de tecnologia com PBL aumenta a compreensão, em comparação com o uso isolado da tecnologia. Os pesquisadores acreditam que isso se deve ao atributo presente nas aulas que utilizam a metodologia.
Eles concluem que “[...] os alunos aprendem melhor construindo ativamente o conhecimento por uma combinação de interpretação de experiência e interações estruturadas com colegas ao usar a simulação em uma configuração PBL” (ESKROOTCHI; OSKROCHI, 2010, p. 243).
Há sem dúvida diversos desafios para a implementação da PBL, dentre os quais a avaliação, que pode envolver a combinação de notas individuais e coletivas, rubricas, avaliação por pares, autoavaliação e portfólios, dentre outros instrumentos e estratégias (BENDER, 2014).
Para saber mais, acesse: https://www.moderna.com.br/educatrix/ed14/educatrix14.html?pag=36
REFERÊNCIAS
BENDER, Willian N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o
século XXI. Trad. Fernando de Siqueira Rodrigues. Porto Alegre: Penso, 2014.
BIE – Buck Institute for Education. Aprendizagem baseada em projetos: guia para
professores de ensino fundamental e médio. Tradução Daniel Bueno. 2. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2008.
BIE – Buck Institute for Education. What is Project Based Learning (PBL)? Disponível
em: <https://www.bie.org/about/what_pbl>. Acesso em: 2 abr. 2018.
ESKROOTCHI, Rogheyeh; OSKROCHI, Reza. A study of the efficacy of project-based
learning integrated with computer-based simulation – STELLA. Educational Technology &
Society, v. 13, n. 1, p. 236–245, 2010. Disponível em: <https://www.jets.net/ETS/journals/13_1/22.pdf>. Acesso em: 1 abr. 2018.
HELLE, Laura; TYNJÄLÄ, Päivi; OLKINUORA, Erkki. Project-based learning in postsecondary education-theory, practice and rubber sling shots. Higher Education, v. 51, n. 2, p.
287–314, mar. 2006. Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007/s10734-004-
6386-5>. Acesso em: 1 abr. 2018.
sexta-feira, 5 de julho de 2019
Gestão para uma educação inovadora
Fonte da imagem: fundacaotelefonica.org.br
No módulo "Gestão para uma educação inovadora", compreendemos, mais do que nunca, o quanto a escola precisa se comprometer com a educação do século XXI. E não tem como chegar a esse comprometimento sem que a escola amplifique cada vez mais o foco no aluno, ou seja, quando falamos da gestão de uma escola inovadora e comprometida, devemos contar com a participação de pais, estudantes, professores, equipe e comunidade, numa colaboração constante e transparente.
É preciso que os anseios e as perspectivas de todos sejam levados em consideração, de forma que os objetivos, responsabilidades e benefícios de cada um estejam sempre alinhados e muito bem compreendidos.
Há cinco eixos importantes que devem nortear o trabalho dos gestores nessa busca por inovação: flexibilidade, autonomia, responsabilidade, planejamento e participação.
E, neste contexto, os principais desafios de uma gestão inovadora são:
- Considerar todos os atores. Todo tipo de mudança na escola passa por algum tipo de decisão que precisa envolver a gestão dela. Começa quando o professor inicia o planejamento de uma inovação, a organização da equipe, o tempo de aula reservado aos projetos, o tempo dedicado a rever os resultados, a flexibilidade para mudar, enfim... Como gerir isso tudo, sem ignorar qualquer um dos atores envolvidos nas mudanças? Talvez pareça difícil pensar nisso, mas é preciso!
- Considerar o protagonismo do aluno. Imaginemos, primeiramente, que o protagonista de todo esse movimento de transformação, o estudante, precisa estar inserido, de algum modo, na gestão escolar. Muitos são os argumentos para negar a sua participação nas decisões da escola onde estuda. Um deles se resume a dizer que “eles são jovens e não sabem o que é melhor para eles”. Hora de repensar!
- Integrar gestão administrativa à gestão pedagógica. O uso das novas tecnologias é, sem dúvida, um apoio fundamental a diretores, coordenadores e secretários de escola, mas além da gestão administrativa, a gestão pedagógica também precisa se valer desses recursos. Essas gestões devem conversar e se apoiar.
E como alcançar esses objetivos?
1) Dar voz aos alunos nas tomadas de decisões da escola
Um passo enorme é dar essa voz aos estudantes, fazendo com que se apropriem de seus papéis como protagonistas do processo de ensino. Esses jovens, mais do que nunca, sabem o que querem e podem ajudar muito nas decisões quanto ao seu processo de aprendizagem. Sendo assim, muitas escolas já contam com essa participação na tomada de decisões.
"A ideia era trazer os alunos para o Conselho de Classe. No entanto, receosos de que eles não conseguissem expressar seus anseios na presença de adultos, foi criado o Conselhinho. Lá eles discutem suas pautas com seus representantes, de que forma destinar recursos para elas, quem poderá concretizá-las, para depois enviar tudo ao Conselho, que analisa e faz os encaminhamentos necessários." Camila Zentner, coordenadora pedagógica da EPG Manuel Bandeira.
Exemplos de quem já faz:
Na EPG Manuel Bandeira, os alunos participam ativamente da gestão da escola. Essa prática foi consequência da mudança na rede municipal de ensino de Guarulhos, em 2012, que propunha a participação de representantes dos alunos no Conselho de Classe. A nova formatação criou o Conselhinho, espaço onde os estudantes dão sugestões e fazem reivindicações para serem levadas ao Conselho.
Fonte da imagem: Alunos do EPG Manuel Bandeira Foto de Rodrigo Zaim R.U.A Foto Coletivo
Ideia! Envolva seus estudantes nas tomadas de decisões, perguntando o que eles acham de processos simples da escola e se ajudam na sua aprendizagem. Leve os resultados para a gestão escolar e veja o que pode ser feito para responder às questões desses jovens.
2) Trazer a comunidade para dentro da escola
Um passo ainda mais ambicioso é tentar trazer a comunidade para dentro da escola, inserir os pais e responsáveis no cotidiano desses jovens, de modo que tenham consciência e mais participação em tudo que envolve o processo educacional. Em alguns casos, não é fácil chegar até a comunidade, uma vez que há estudantes com estruturas familiares muito diversificadas. Mas, uma vez engajados, a escola ganha mais força, proteção e envolvimento com seu entorno. Um esforço que vale a pena!
Imagem panorâmica da Escola Campos Salles, em Heliópolis (SP).
Fonte da imagem: http://fundacaotelefonica.org.br
"É só lembrar-se do exemplo da EMEF Campos Salles, que derrubou seus muros e passou a fazer ainda mais parte da comunidade. A escola era famosa por ser a escola dos favelados e dos violentos, dos baderneiros. Agora a fama é: a escola da comunidade. Hoje, escola e comunidade são uma coisa só." Amélia Arrabal, coordenadora pedagógica da EMEF Campos Salles.
Exemplos de quem já faz:
A EMEF Amorim Lima decidiu envolver a comunidade na gestão da escola, por meio do Conselho Deliberativo. As reuniões eram semanais, porque cada vez mais a comunidade se engajava para entender o que acontecia na escola. No começo, a gestão escolar compartilhava os problemas que enfrentava e, rapidamente, a escola e a comunidade começaram a pensar juntas nas soluções, levando à criação de um projeto político pedagógico.
Fontes: amorimlima.org.br
"A participação da comunidade foi essencial para a construção de um projeto político pedagógico, que chegou às mãos do secretário de educação graças ao empenho de um dos pais." Ana Elisa, diretora da EMEF Amorim Lima.
3) República dos estudantes
O poder e a vontade dos estudantes em participar das decisões tomadas na escola estão sempre eminentes, mas, muitas vezes, são pouco explorados. Algumas escolas apostam nisso e criam uma estrutura organizacional que dá a eles a possibilidade de opinar ativamente nas decisões de diversos aspectos, inclusive na hora de resolver problemas entre os próprios alunos.
A EMEF Campos Salles, na busca por uma participação mais ativa dos estudantes nas decisões da escola, criou uma República dos Estudantes. Para formá-la, a escola faz uma eleição para vereadores e prefeito. Todo mundo pode se candidatar. Cada sala tem uma comissão para resolver os problemas nos salões. O aluno prefeito faz suas propostas e mobiliza os demais para cumpri-las, sempre que legitimadas pela maioria.
Fonte da imagem:
"A gente propôs usar mais o QMágico, de ter pratos de vidro na merenda e outras coisas. Aí a gente negocia com a escola. A Amélia marca as reuniões das comissões para decidir tudo. Nós temos aquele armário onde guardamos todas as atas de reuniões com as decisões que tomamos." Kátia, 4º ano, prefeita da EMEF Campos Salles.
Exemplos de quem já faz
O Colégio Cardenal de Cracovia, no Chile, surgiu em uma comunidade muito violenta e pobre da capital Santiago. Especialmente importante foi a atenção dada ao carinho e à participação como ferramentas essenciais contra o mito da "criança problemática". O diretor diz que as crianças são apenas um termômetro para uma sociedade doente, que é violenta e materialista. Ele acredita que, no momento em que se cria um ambiente diferente, com fortes relações interpessoais, é possível ver as crianças felizes, protegidas em todos os aspectos. Com a organização da comunidade e dos estudantes, a escola é gerida também por uma República de Estudantes, que toma decisões importantes sobre a rotina escolar, como acontece na EMEF Campos Salles.
Colégio Cardenal de Cracovia, no Chile
Fonte da imagem: www.interior.gob.cl/sitio-2010-2014/n8191_25-10-2013.html
A Michael Oak Waldorf School, fundada em 1962, na África do Sul, surgiu de uma iniciativa de alguns pais que queriam uma escola cujo foco de ensino girasse em torno das necessidades de suas crianças, no lugar das necessidades de um currículo preestabelecido. A instituição, que faz parte da Associação de Escolas Independentes da África do Sul (ISASA), tem como objetivo proporcionar uma educação de qualidade, que abrace cada raça, cor, credo e classe social, além de desenvolver ainda mais a arte da educação dentro da escola e na comunidade em geral. A escola iniciou suas atividades na sala de jantar de um desses pais e as assembleias aconteciam no foyer de recepção. Para construir a escola, de fato, boa parte dos tijolos foi colocada pelos próprios pais. Todo esse processo fez com que eles, funcionários e estudantes formassem uma comunidade escolar muito forte. Pais e professores fazem parte da gestão escolar, denominada Conselho de Curadores. O papel do diretor é substituído pelo Colegiado de Professores, que atende a necessidades pedagógicas da escola.
Michael Oak Waldorf School
Fonte da imagem: www.michaeloak.org.za
Na Nova Zelândia, temos a Ao Tawhiti Unlimited Discovery, uma escola pública de ensino fundamental e médio, que surgiu em 2001, com base na proposta pedagógica inovadora do educador John Clough. Uma das principais características da escola é que sua gestão conta com a participação das famílias e da comunidade. O currículo é personalizado e definido em colaboração com pais e professores. Encontros individuais são realizados sob demanda para que o aluno, com seus responsáveis e conselheiros educacionais, estabeleça objetivos e metas de aprendizagem. Agentes comunitários também participam da metodologia de ensino, tanto dentro da escola como em outros espaços da cidade. Os estudantes usam bibliotecas, parques, praças e museus para aprender de forma autônoma. Eles podem escolher um dia na semana para estudar em casa ou em grupos nas casas de seus colegas. Existe, ainda, o contato com profissionais do mercado para entender como é o dia a dia das profissões que poderão seguir.
Ao Tawhiti Unlimited Discovery
Fonte da imagem: Stuff.co.nz
Ideia! Uma boa forma de começar a alimentar essa postura democrática e participativa na escola é reservando um tempo na semana para a criação de grupos de estudos, em que sejam amplamente incentivadas a discussão sobre inovações na educação, a observação e avaliação entre pares e a resolução coletiva de dificuldades de ensino.
Passo a passo
1º Passo – Abertura
A gestão da sua escola precisa começar o movimento de se abrir para os outros envolvidos no processo de aprendizagem dos estudantes, buscando a participação de toda a comunidade escolar. Ela tem de deixar claro que aposta em uma gestão participativa!
2º Passo – Comunicação
A gestão deve informar sempre o que acontece na escola: como as decisões são tomadas e por que a escola acredita no que acredita. A grande chave para o início disso é a comunicação. Boletins, blogs, páginas em redes sociais, aplicativos de mensagens são um bom caminho. Tudo sempre muito colaborativo!
3º Passo – Interação
É preciso estar aberto para críticas, observações e sugestões. Sempre! A gestão deve se preocupar em criar mecanismos de captação periódica desses feedbacks que, certamente, ajudarão na tomada das próximas decisões e na melhoria dos processos.
4º Passo – Gestão participativa
A gestão participativa pressupõe o envolvimento de todos os profissionais da escola no planejamento das atividades. Isso significa atividades nos campos: administrativo, pedagógico, político e ético.
5º Passo – Solução de problemas
Quando a proposta é mudança, transformação, problemas surgem. Esses problemas e insatisfações precisam ser também administrados, geridos. A gestão precisa estar atenta e propor situações para amenizar essas “dores”.
6º Passo – Planejamento
Ao iniciar o planejamento participativo, seria interessante a gestão propor ao grupo algumas questões, como:
- Nossa escola tem se mostrado aberta a mudanças?
- Nossa escola está conseguindo atender a transformações que a atual sociedade exige?
- Temos a clareza de que o centro dessas mudanças é a comunidade escolar?
- Nossos professores, ou nossa comunidade escolar, estão motivados para essas mudanças?
- Todos encaram as mudanças como desafios?
- Estamos preparados para enfrentar mudanças?
- O que já fazemos na nossa escola que pode ser considerada uma mudança?
7º Passo – Gestão do tempo na escola
Outro ponto muito importante é a gestão do tempo na escola. Os professores, a direção e os coordenadores pedagógicos precisam organizar seu tempo para planejar, juntos, itinerários formativos dos estudantes, a construção e aprimoramento coletivo de planos de aula, projetos e avaliações interdisciplinares e, ainda, reservar algum tempo para atualizar a própria formação.
É preciso garantir que o estudante tenha mais flexibilidade acerca de quando e do que necessita fazer. Esse jovem vai precisar ter cada vez mais responsabilidade pessoal para avançar no itinerário formativo. Ele escolherá os momentos certos para leitura, discussão, pesquisa, experimentação, criação ou prática, conforme seus sentimentos e motivações.
8º Passo – Formação/Atualização
Gestores não participam do dia a dia da sala de aula, mas, assim como os professores, necessitam de formação continuada. Para ser líder de processos de inovação na sua escola, o gestor precisa de atualização constante.
Pensar em soluções inovadoras para a gestão escolar não é nada simples e envolve tantos detalhes que é preciso parar por um minuto, respirar fundo e, depois, colocar a mão na massa.
9º Passo – Relação com a comunidade
Organize um passeio pela comunidade em torno da sua escola. Converse com as pessoas, peça aos alunos que mostrem onde moram e ressalte a importância da escola, buscando engajar todos com quem conversar. Informe as atividades que serão realizadas e chame quem puder para participar.
Envolva-se com a comunidade e faça com que ela se sinta à vontade para envolver-se com a escola.
Lembre-se de que, no fim das contas, o que interessa mesmo é fazer o melhor para que o estudante encontre na escola um porto seguro, um lugar bem organizado e que permita que ele tenha um papel significante no processo de aprendizagem.
quinta-feira, 4 de julho de 2019
Ética e cidadania na sala de aula conectada
A disciplina "Ética e cidadania na sala de aula conectada" contextualizou a presença das redes sociais e dos comunicadores instantâneos (Facebook, Instagram, WhatsApp, Youtube dentre outros) que são a base da comunicação atual,além de fonte de informação para toda comunidade escolar. Este acesso pode gerar situações de exposição, de risco e de conflito que impactam diretamente as relações humanas e a aprendizagem na sala de aula. Abordamos questões éticas relativas ao uso destes espaços, discutindo sobre possíveis atividades que mobilizam o tema, sobre questões legais e propondo reflexões sobre o trabalho educacional, visando a ética, a segurança e a cidadania digital.
Documentos sobre competências / habilidades / objetivos de aprendizagem relacionados ao trabalho com ética digital e uso consciente da Internet:
- CURRÍCULO DE REFERÊNCIA EM TECNOLOGIA E COMPUTAÇÃO - DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO ENSINO FUNDAMENTAL
- SEMSP - Currículo da CIdade - Tecnologias para Aprendizagem
- EDUCACION DIGITAL - Documento curricular argentino
- MATRIZ HABILIDADES TIC PARA EL APRENDIZAJE - Documento curricular Chile
Ao final do módulo, ficamos com muitas questões para pensar, refletir e discutir com a comunidade escolar. Abaixo algumas publicações que podem nos fazer pensar sobre o uso de telas com as crianças e adolescentes.
- Os gurus digitais criam os filhos sem telas. No Vale do Silício proliferam escolas sem tablets nem computadores e jardins da infância onde o celular é proibido por contrato:
- Ler, escrever, contar, respeitar: França volta ao básico na educação. Resgate das línguas clássicas no ensino está entre as novas prioridades do Governo francês:
Crianças devem passar menos tempo sentadas e praticar mais atividades físicas, orienta OMS.
Quanto maior o tempo de tela, pior é o desenvolvimento da criança:
Crianças que passam mais de duas horas por dia em frente a telas têm chance maior de apresentar sintomas de TDAH, diz estudo
Investigação: prática dialética entre ensino e aprendizagem
O módulo “Investigação: prática dialética entre ensino e aprendizagem” teve como objetivo promover a discussão e a vivência de processos investigativos como ferramentas de ensino-aprendizagem, abordando possibilidades relativas ao desenvolvimento de capacidades cognitivas, principalmente as reflexivas, argumentativas, críticas e criativas. E começamos esse estudo, analisando a Taxonomia Revisada de Bloom.
Benjamin Bloom, um psicólogo americano especializado em pedagogia, propôs em 1956, com um coletivo de acadêmicos, um repositório para classificar os objetivos de aprendizagem da área cognitiva em seis níveis, dos mais simples aos mais complexos, a taxonomia de Bloom.
Taxonomia de Bloom – 1956
No ano de 1999, o Dr. Lorin Anderson, um antigo estudante de Bloom, e seus colegas publicaram uma versão atualizada da Taxonomia de Bloom que considera uma gama maior de fatores que afetam o ensino e a aprendizagem.
Segundo os autores, a taxonomia revisada procura corrigir alguns problemas da original, pois diferencia “saber o quê” (o conteúdo do raciocínio) de “saber como” (os procedimentos para resolver problemas). Em sua nova proposição, a taxionomia de Bloom revisada considera duas dimensões: conhecimento e processos cognitivos. Cada dimensão também é subdividida em categorias, as quais perpassam as diferentes dimensões do conhecimento (factual, conceitual, procedimental e metacognitiva), conforme pode ser observado a seguir.
Os estudos sobre a Taxionomia não pararam por aí. Mesmo a taxionomia revisada por Anderson passou a carecer de atenção aos novos comportamentos, ações e oportunidades de aprendizagem que surgem à medida que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) avançam e se apresentam de maneira quase onipresente. Os verbos presentes na taxionomia revisada descrevem muitas atividades que são praticadas na sala de aula, mas não contemplavam aos novos objetivos que as TIC trouxeram para a vida de professores e estudantes. Para sanar essa lacuna, há proposições no sentido de “digitalizar” a taxionomia, uma taxionomia, portanto para a era digital. O foco da Taxionomia Digital não é as ferramentas digitais, estas são apenas meios para lembrar/recordar, compreender, aplicar, analisar, avaliar e criar.
Nosso percurso durante o módulo:
1) Taxonomia de Bloom – colocar foco no desenvolvimento de capacidades cognitivas de alta ordem.
2) Investigação – envolve uma situação desconhecida; exige finalização; envolve formas de ação: reunir dados e fatos + buscar novas informações + correlacionar informações (busca de evidências: elementos articulados e com menos chances de acaso, de interpretações dúbias) + construir argumentos + oferecer uma conclusão
3) Problema – situação que exige uma resposta. Se for aberto, desencadeia possibilidades múltiplas de respostas e de caminhos de solução, permite articulação de elementos conhecidos (conceitual, procedimental ou atitudinal) no caminho de compreensão do problema e de sua solução, está contido na investigação.
Sobre APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS
- Os problemas são elaborados pelo professor, preferencialmente sobre a realidade concreta ou elementos conhecidos;
- Os objetivos cognitivos são todos previamente estabelecidos;
- As hipóteses são elaboradas pelos alunos sobre as possíveis explicações do problema;
- Opera sobre o conhecimento já elaborado para aprender a pensar e raciocinar sobre ele e com ele formular soluções para os problemas de estudo;
- Tem como princípio levar o estudante a aprender a aprender, a se preparar para resolver problemas (relativos à sua futura profissão), ampliar habilidades, desenvolver competências;
Etapas da Aprendizagem Baseada em Problemas:
- A elaboração do cenário ou contexto problemático;
- A questão-problema – elaboração ou compreensão;
- A resolução do problema;
- A apresentação do resultado;
- A auto avaliação.
As vantagens da Aprendizagem Baseada em Problemas:
- motivação;
- integração do conhecimento;
- desenvolvimento da habilidade de pensamento crítico;
- interação e as habilidades interpessoais.
Possíveis dificuldades da Aprendizagem Baseada em Problemas:
- insegurança inicial diante da mudança de método de ensino;
- inadequação do currículo - alguns professores trabalharão com a ABP e outros não;
- tempo: não é possível realizar a construção do conhecimento de forma rápida como se faz nos métodos tradicionais;
- recursos: referenciais bibliográficos atualizados, salas amplas e internet;
- avaliação: falta de hábito – auto avaliação e avaliação dos membros do grupo;
- falta de habilidades do professor tutor.
terça-feira, 2 de julho de 2019
Novos olhares para os desafios da educação pelas lentes do design thinking
Em qualquer que seja a escala – desde a interação com um estudante, passando pelo engajamento de pais, pela administração da grade horária, até a reforma de todo o sistema – os desafios enfrentados pelos educadores são reais, complexos e variados. E precisam de novas respostas. Assim como requerem novas perspectivas, novas ferramentas e novas abordagens.
Design Thinking é uma dessas abordagens!
Tenho visto professores começarem a redesenhar os espaços da sala de aula depois de entrevistarem seus alunos. E a desenvolver um novo currículo a partir de brainstorms e protótipos. O fato de professores utilizarem técnicas de design, centradas nas pessoas, para entender melhor seus alunos tem engajado mais os estudantes nas mudanças que o ambiente de aprendizagem precisa. Ao começar a planejar suas próprias experiências de sala de aula, o professor profissionaliza seu papel e permite uma mudança mais valiosa pautada pelas necessidades dos estudantes, em vez de só cumprir as demandas da escola ou da rede de ensino.
Assista: Kiran Bir Sethi mostra como sua inovadora Escola Riverside na India ensina às crianças a lição mais valiosa da vida: "Eu posso". Observe seus estudantes tomarem problemas locais em suas próprias mãos, liderarem com outros jovens e, até mesmo, a educarem seus pais.
Tenho visto professores começarem a redesenhar os espaços da sala de aula depois de entrevistarem seus alunos. E a desenvolver um novo currículo a partir de brainstorms e protótipos. O fato de professores utilizarem técnicas de design, centradas nas pessoas, para entender melhor seus alunos tem engajado mais os estudantes nas mudanças que o ambiente de aprendizagem precisa. Ao começar a planejar suas próprias experiências de sala de aula, o professor profissionaliza seu papel e permite uma mudança mais valiosa pautada pelas necessidades dos estudantes, em vez de só cumprir as demandas da escola ou da rede de ensino.
Assista: Kiran Bir Sethi mostra como sua inovadora Escola Riverside na India ensina às crianças a lição mais valiosa da vida: "Eu posso". Observe seus estudantes tomarem problemas locais em suas próprias mãos, liderarem com outros jovens e, até mesmo, a educarem seus pais.
Design Thinking é uma ação criativa e leva educadores a entender que o ato de criar um ambiente de aprendizagem realmente eficaz é uma arte ao mesmo tempo reflexiva e intencional. Se queremos mudar a educação e a aprendizagem para que sejam mais relevantes, mais eficazes e mais agradáveis para todos os envolvidos, professores precisam ser os designers-empreendedores e redesigners do “sistema” escolar e das próprias escolas.
Saiba mais com o material "Design Thinking PARA EDUCADORES"
A versão em Português do Kit Design Thinking
para Educadores foi desenvolvida pelo Instituto
Educadigital e está licenciada em Creative
Commons Attribution – Non Commercial – Share
Alike 3.0 Unported (CC BY-NC-SA 3.0), seguindo a
orientação da IDEO.
O texto original completo está disponível em http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/.
Com esta licença, você pode:
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a obra.
Fonte da imagem: Instituto NET Claro Embratel
segunda-feira, 1 de julho de 2019
Aprendizagem Criativa
"Ser criativo não se resume a ter uma ideia legal, muito menos a obter um bom resultado em algo. A criatividade é o processo, é o caminho que percorremos da ideia inicial até os resultados. São os erros e as decisões que tomamos para contorná-los, os acertos e seus aprendizados e, acima de tudo, os relacionamentos que desenvolvemos ao longo do percurso. Afinal, a criatividade é uma habilidade socioemocional que nos permite criar a partir da nossa relação com o mundo. Sua principal característica? Todos nós podemos ser pessoas criativas e usá-la para solucionar os mais diversos tipos de situações e problemas!"
Programa Aprendizagem Criativa da Faber-Castell
Saiba mais: https://www.educacao.faber-castell.com.br/
O nosso último Seminários Integrador do semestre aconteceu na loja da Faber Castel no Shopping Market Place, em São Paulo, onde acontece o Programa de Aprendizagem Criativa Faber-Castell que oferece um conjunto de estratégias conectadas à BNCC para estimular a inovação, a criatividade, a resolução de problemas e a diversão.
Desenvolvido pela Faber-Castell em parceria com o pesquisador Leo Burd do MIT Media Lab, o programa consiste em:
- Utilizar os conceitos de Aprendizagem Criativa para a produção de micromundos, ambientes que encorajam explorações e conexões pessoais com os temas e materiais disponíveis.
- Capacitar e acompanhar a equipe pedagógica da escola em Aprendizagem Criativa.
- Estimular atividades mão na Massa (criação de protótipos 3D, registro, compartilhamento e reflexão), Storytelling (narrativa envolvente que apresenta um desafio) e Design Thinking (metodologia para solucionar problemas de forma criativa).
O nosso grupo foi desafiado a prototipar uma produto que resolvesse os problemas de mobilidade urbana para o ano de 2033. Diversos materiais não estruturados foram usados e a liberdade para imaginar e criar também. A ideia do meu grupo foi construir um mecanismo aéreo que, além de possuir alta velocidade de deslocamento, conectaria todos os pontos da cidade de modo que não houvesse mais a necessidade de outro meio de transporte.
Ao final, gravamos um vídeo documentando a criação, além da oportunidade de compartilhar com o grupo outras idéias.
Oficina de Recursos Digitais
Em nosso cotidiano, convivemos com a tecnologia nas atividades mais rotineiras, como usar um aplicativo de banco para pagar uma conta via celular ou enviar uma mensagem pelo WhatsApp. Essa mesma facilidade no uso de tecnologias, cada vez mais, também se insere na escola.
Entendo que, muitas vezes, é necessário vencer algumas barreiras, como ausência de infraestrutura, conectividade e formação docente, pois muitos professores sentem dificuldade em lidar com programas e ferramentas e, nesse contexto, uma iniciativa do movimento Todos Pela Educação foi conhecer o que pensam os professores sobre o uso da tecnologia digital em sala de aula.
E, apesar das dificuldades com falta de recursos e equipamentos, eles foram unânimes em dizer que as tecnologias contribuem para o processo de ensino e aprendizagem e que para avançar o processo de introdução em sala de aula é necessário que as políticas públicas priorizem alguns pontos:
- Ofertar melhores oportunidades de formação docente
- Assegurar uma melhor infraestrutura física
- Promover soluções tecnológicas que levem a rotina escolar e os desafios do dia-a-dia.
Com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular que traz o uso das tecnologias como uma das competências de ensino, estamos próximos de garantir recursos necessários, principalmente formação para que professores estreitem os laços com as tecnologias.
Em um dos nossos Seminários Integradores, participamos de uma Oficina de Recursos Digitais através de circuito de exploração de recursos com o objetivo de realizar uma experimentação autônoma e consciente.
E, nessa dinâmica, acredito que precisamos fomentar nossas escolas e nossos professores a descobrirem os recursos digitais a partir de alguns passos:
1) Conhecer: compreenda recursos e softwares que podem ser incorporados a sua rotina escolar. Além dos apresentados nas imagens acima, há também o Google Drive e Google Sala de Aula que são gerenciadores que permitem realizar trabalhos colaborativos, permitindo que vários documentos possam ser vistos e comentados por um grupo. É possível gerenciar pesquisas e aplicar avaliações tornando as aulas mais atrativas e dinâmicas.
2) Explorar: muitas ferramentas digitais promovem novas formas de realizar uma prática pedagógica e explorar habilidades e competências diversas. Produção de vídeos, fotos, podcasts, slides e blogs. São ferramentas que podem ser usadas pelo celular, computador ou tablet e que enriquecem as aulas – por permitir dinamismo e também vivência. Uma aula pode ganhar muito com exibição de vídeos curtos ou fotos feitas pelos próprios alunos.
3) Planejar: projete atividades em que a experimentação da aprendizagem esteja presente, valorizando o aluno no centro do processo de ensino e fazendo do professor o mediador dessa construção. Que tal criar um espaço maker, com materiais que são reaproveitados? Ao estabelecer espaços colaborativos dentro da sala de aula, o aluno pode inventar, criar e usar recursos diferentes para a resolução de problemas. Para criar um espaço maker, você precisará de algumas ferramentas, como chave de fenda, ferro de solda, tesoura, canetas, uma mesa, materiais de sucata e muita mão na massa para criar junto aos alunos.
4) Inserir: o foco da educação está no desenvolvimento de competências e habilidades. Aproveite para inserir as redes sociais em suas aulas, expandindo o aprendizado e dando espaço a um ensino mais personalizado. Edmodo, Blogger, Twitter e Instagram são redes sociais que permitem interação, personalização e a possibilidade de realizar trabalhos que expressem mais a vivência e a visão do aluno, mas fique atento a idade dos alunos para utilizar redes sociais permitidas para casa faixa etária.
5) Incentivar: use e abuse das ferramentas de pesquisa na Internet. Nossos alunos necessitam de orientação em relação ao uso, como símbolos e palavras chaves. Indique bibliografias e sites úteis para que desenvolvam trabalhos com informação de qualidade e confiabilidade. Aproveite para abordar ainda assuntos como Segurança da Internet e Cyberbullying.
6) Criar: estimule o contato com softwares (programas) autorais e a produção de trabalhos colaborativos. Movie Maker, Audacity e Gimp são exemplos de programas que permitem realizar diversos tipos de trabalho, além de serem gratuitos.
7) Estimular: traga o mundo imaginário dos alunos para a sala de aula, propiciando a produção de games e estimulando o raciocínio lógico, com o uso de softwares de programação. O Scratch é um programa recomendável e pode ser trabalhado de forma offline.
8) Compartilhar: propicie momentos para compartilhar as atividades realizadas, incentivando os alunos a produzir seus próprios textos em formatos distintos. Eles poderão criar textos a partir das pesquisas realizadas na internet e em outras mídias e você pode ensiná-los a mencionar de maneira correta o crédito de autores e fontes pesquisadas.
As ferramentas digitais podem ser usadas como um grande propulsor à inovação, criatividade e inventividade por meio da experimentação, dando aos alunos a oportunidade de serem protagonistas, autorais e construtores da sua própria aprendizagem.
Estudo do Meio
O estudo do meio é uma atividade que proporciona um momento coletivo de aprendizagem e de convivência. E, nesse contexto, sempre acreditei na importância dessa atividade no projeto pedagógico da escola, principalmente por proporcionar uma percepção crítico-reflexiva do contexto social em que vivemo, ao colocar a sala de aula em diferentes espaços e contextos culturais. Além disso, também é uma forma de aprendizagem ancorada na observação direta e na interação, que leva à construção de saberes a partir das experiências vivenciadas pelos alunos.
E um dos nossos Seminários Integradores desse semestre foi justamente sobre Estudo do Meio, onde tivemos a oportunidade de vivenciar um roteiro que nos permitiu conhecer a Praça Rafael Sapienza, a comunidade atuante do espaço, as intervenções, como a horta comunitária, e as possibilidades de sensibilização com o espaço.
Roteiro completo da atividade: http://tiny.cc/estudodomeio
Após o almoço, iniciamos uma atividade de observação da paisagem ao longo do caminho entre a Praça Rafael Sapienza e o Instituto Singularidades, com uma parada estratégica no Beco do Batman. Essa caminhada nos permitiu identificar e caracterizar como se dá a construção do espaço geográfico e alguns aspectos do uso do território nesta região. Percebemos a caracterização das formas de uso e de ocupação do espaço diferenciando as paisagens conforme atuação civil em áreas públicas de lazer e intervenções artístico-culturais do trajeto.
Nesse trajeto, utilizamos o aplicativo Flipgrid, que nos permitiu registrar momentos e impressões significativos da caminhada. Para quem não conhece, o Flipgrid é uma plataforma que permite aos alunos discutirem e responderem a tópicos com videoclipes em casa ou na sala de aula e é semelhante ao processo popular de criar um vídeo de reação do YouTube para um determinado assunto ou notícia.
Conheça: https://flipgrid.com
No final da tarde, já de volta a sala de aula no Instituto Singularidades, fizemos o fechamento da atividade.
Confira: http://tiny.cc/cursoestudodomeio
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